segunda-feira, 14 de março de 2016

Aprendiz do Tempo

Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Entende que não significa que alguém não goste de você só porque essa pessoa não demonstra o carinho do jeito que você gostaria que ela demonstrasse, ela apenas tem o jeito dela de mostrar, assim como você tem o seu. Descobre que quem sente muito, cala. Quem quer dizer o quanto sente não encontra palavras. E percebe que deve ser mais sensível ao sentimento do próximo.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.


Portanto... comece hoje a plantar seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. Depois de entender todas essas coisas você percebe que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente A VIDA TEM VALOR E QUE VOCÊ TEM VALOR DIANTE DA VIDA. Assim vendo que tudo tem um propósito! 

sábado, 22 de agosto de 2015

Is Dangerous.

Você pode ler ouvindo Johnny Hooker - Amor Marginal

  E segurando seu corpo, ainda quente, senti meu mundo caindo ao redor de mim. Não tive coragem de correr, mesmo sabendo que uma arma apontava para mim de algum lugar. Como poderia ir e deixá-lo? Ele acabará de dar o ultimo suspiro em meus braços, mas era como se fosse acordar a qualquer momento, me puxar pela mão e correríamos juntos, pra longe de tudo aquilo. Doía-me profundamente, morria junto com ele, sabia que aquela dor duraria milhões de primaveras a partir daquele dia. Ainda não tinha reação. Ainda não tinha forças. Ainda não tinha cor. Queria gritar, e era como se o meu mundo estivesse em minhas mãos. Era como um sonho ruim. E nesses poucos segundos que se passavam eu tive mil sensações diferentes, e só depois senti o gosto do desespero chegando. Como eu vou sair daqui, e para onde vou? Não tenho mais pelo que lutar. Quem sou eu sem você? A verdade é que a gente não luta só para salvar nossa própria vida, todo mundo luta para salvar uma segunda vida, mesmo inconscientemente, quem é você sem um próximo? Não haveria sentido.
   Numa adrenalina espantosa, numa coragem insana, e uma fúria descontrolada ao ouvir passos atrás de mim, segurei firme a arma que Michael tinha na mão, nunca havia atirado, só sabia que devia ser destravada, de algum modo me virei atirando e antes que o atirador pudesse atirar eu acertei-o com duas balas que perfuraram o peito e alguma outra parte de seu corpo, nem ao menos sei como acertei, nem se quer sei se mirei. Me disseram uma vez, depois de tudo isso, que o medo tem essas coisas a gente simplesmente faz doente por alguma coisa, doente por alguma esperança. Virei novamente para o corpo da unica pessoa que me entendeu durante toda a minha vida e continuei chorando, e gritei, gritei muito, gritei pela vida, gritei para Deus, que nem ao menos sabia se acreditava, gritei por sentir uma dor absurda, uma dor pior que todas as dores que já pude sentir na vida. As perguntas voltaram, olhei ao redor e começaram a vir pessoas correndo até onde estávamos, perguntavam se eu estava bem. "Eu estou bem? Veja você mesmo, cara. Eu pareço bem?" pensei. Com a arma ao meu lado pensei pela milésima vez nas perguntas, pensei no nosso casamento, nos nossos planos de ir para o Alasca no próximo verão, pensei sobre a vez que brincamos na cozinha com chocolate, a primeira vez que ele foi a casa dos meus pais, dos nossos encontros em casais com dois outros amigos. Por fim, nada me fez querer viver aquela vida sem ele, mas quando tomei a decisão de usar a arma alguém já havia a tirado de onde estava, uma ambulância já estava a chegar e alguém puxou ele dos meus braços, e eu chorando, alguém me abraçou e alguém chorou comigo.
    (...)
   Já era noite, e lá estava eu... Já não sentia mais nada, acabará de acordar. Estava no hospital, sentada ao lado da minha cama minha amiga Deb chorava. E foi tudo que eu precisei para entender que não era apenas um sonho ruim, ele realmente se foi(para sempre). Não pude dizer nada, apenas fechei os olhos e novamente dormi. 

quinta-feira, 30 de julho de 2015

SOBRE A INCRÍVEL GERAÇÃO QUE SE APEGA FÁCIL (E DESAPEGA MAIS FÁCIL AINDA)

Pratique o desapego. Esse mantra ecoa mundo afora quase como uma ordem. Não: é mais do que isso. Praticar o desapego virou uma filosofia de vida, um jeito desapegado de ver as coisas. Praticar o desapego, não sei por qual razão, é praticamente o primeiro mandamento para se resolver conflitos internos hoje em dia. Só que praticar o desapego requer prática. E praticar o desapego é tudo, menos prático.
Valendo-me de uma frase, não, melhor dizendo: um conselho, isso, um conselho que ouvi há uns dias, sobre sempre tentar ilustrar teorias com exemplos, pensei em começar esse texto comentando sobre um tipo de pessoa que existe aos montes por aí. Chamaremos essa pessoa de Dadá. Dadá passou os últimos dois anos namorando. Dadá era romântico, pelo menos era isso que demonstrava nas redes sociais, sempre com postagens amorosas, fazendo questão de mostrar para o mundo o quão feliz era por estar naquela relação aparentemente perfeita. Pois bem. Mas até as relações aparentemente perfeitas acabam. E com Dadá não foi diferente. Demorou mais de dois anos, mas o relacionamento de Dadá acabou. E a mudança de comportamento que veio a seguir foi um choque para todo mundo.
Ao contrário do que se possa imaginar, Dadá não ficou se martirizando por sua relação aparentemente perfeita ter chegado ao fim. Nada de posts ofensivos no Facebook ou tweets que pudessem de alguma forma atingir a sua ex. Não, nada disso. Dadá decidiu excluir aquele relacionamento do mapa. Era como se nunca tivesse acontecido. Mal ficou solteiro, já estava pronto para outra. “Agora eu tô solteiro e ninguém vai me segurar”. Ao melhor estilo presidiário recém-liberto, queria aproveitar sua liberdade. Dizia para todo mundo que relacionamentos eram como uma prisão. Levou o termo “compromisso nunca mais” como frase de bolso. Parecia engajado numa jornada descompromissada. Por isso nos surpreendemos novamente quando, algumas semanas depois, o Facebook anunciava que Dadá estava em um relacionamento sério. E com uma pessoa diferente.
Dadá é só mais uma em meio a tantas almas inconsoláveis que emendam um relacionamento no outro. Almas que parecem ter certa aversão à solteirice. Acho irônico, até, tendo em vista que o que costuma ocorrer atualmente é justamente o contrário: o maior medo, ao que parece, é o de se comprometer. Mas almas como a de Dadá preferem estar em um relacionamento, ainda que este não seja lá aquelas coisas, do que encarar a vida por si só. Para pessoas assim, o relacionamento funciona como uma espécie de muleta. Elas sentem que precisam desse apoio, senão caem. E, por terem se habituado às muletas, vão perdendo cada vez mais a capacidade de caminhar sozinhas.
Essa necessidade de outrem, de buscar apoio num relacionamento, é mais comum do que se imagina. Tem-se o costume de imaginar que a outra pessoa vai nos dar a estabilidade e a segurança que tememos não conseguir por conta própria. Entramos na relação como quem entra num abrigo para proteger-se da tempestade. Mas relacionamentos-abrigo são frágeis, instáveis; os problemas-tempestade, por sua vez, vêm com força total. Entende-se, então, que entrar num relacionamento por necessidade é dar um tiro no pé. E me impressiona a quantidade de pessoas que fazem isso. Masoquismo, talvez? Acredito que não.
Seguindo nessa linha de raciocínio, é possível ter uma noção melhor a respeito de um dos motivos pelos quais as relações modernas têm sido caracterizadas como superficiais. Ao enxergarmos a outra pessoa como uma muleta, um estepe, não estamos interessados nela propriamente: o interesse não está na pessoa, mas sim no que ela pode nos proporcionar (abrigo, conforto, etc). E qualquer relação baseada em interesse, seja ele material ou, nesse caso, emocional, está fadada ao fracasso. A questão aqui é que, justamente por vermos nosso parceiro como um objeto (do qual gostamos somente enquanto ele ainda tem algo a oferecer), pouco nos importamos com o sucesso ou fracasso da relação. É por isso que as pessoas Dadá não se martirizam após o término: elas sabem que logo haverá outra muleta capaz de sustentar a ferida da solidão. E depois outra. E outra. E assim sucessivamente.
Pessoas Dadá se apegam fácil, mas desapegam mais fácil ainda. Não há um sentimento de amor genuíno pelo outro, por isso a facilidade em desapegar. A expressão “usar e jogar fora” se encaixa bem nesse contexto. O termo “relacionamento descartável” também. Ainda que façamos uso prolongado de nossas muletas, elas não chegam a ter um valor sentimental tão grande assim, tornando bem menos complicada a prática do desapego: por que se martirizar por uma muleta em especial quando qualquer outra pode substituí-la perfeitamente?
Escrever sobre desapego me fez lembrar de um post que circula pela internet há um tempo. Algo a respeito de verdades cruéis sobre os relacionamentos modernos. É uma lista, na verdade. E um dos itens, um dos primeiros, diz que a pessoa mais desapegada tem o “poder” sobre a relação. Por demonstrar menos interesse, ela é o pilar mais forte. Faz sentido, assumo. Mas me entristece que faça, afinal demonstrar interesse, apego, deveria ser item primordial para uma relação prosperar. Mas não é isso que acontece: para a geração do desapego, demonstrar interesse é sinal de fraqueza. Pensem no relacionamento como uma montanha. Quanto mais interesse você demonstra, mais você escala essa montanha; consequentemente, maior será o impacto na hora da queda. O medo de cair interfere na relação de uma maneira tão absurda que os envolvidos entram numa briga para ver quem escala menos. Há também aqueles mais apegados, que escalam até o topo; são chamados de intensos. E de gente intensa a geração desapego quer distância.

Dia desses, uma amiga minha postou foto com o namorado no Instagram. A legenda era: “você me faz mais forte.” Ela, que sempre foi bastante independente, passou a se julgar mais forte estando ao lado de outra pessoa. Um outro amigo disse, em meio a uma discussão sobre relacionamentos, que só conseguiu se conhecer e se sentir feliz de verdade quando passou um tempo solteiro. Percebam: a felicidade não tem nada a ver com estarmos sozinhos ou acompanhados. Amor e felicidade podem muito bem andar juntos, mas é preciso deixar uma coisa bem clara: no corpo da felicidade, o amor não é um órgão vital.


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A culpada de tanta esperança em vão são as histórias encantadas.

Desde criança nos contam histórias sobre príncipes e princesas. Garotas lindas e indefesas, e valentões sarados que correm a seu encontro enfrentando os mais temíveis obstáculos e monstros. Histórias que sempre terminam com um beijo e um final feliz.
Nessas histórias é possível dormir por décadas e ser despertada com um beijo, acordando ainda jovem, linda e maravilhosa. O bem sempre vence o mal, depois de incansáveis batalhas. Bonecos de pau tornam-se humanos. Fadas madrinhas concedem milagres e muitas vezes transformam barangas em belas princesas (hoje em dia a fada madrinha é a maquiagem).  E sem esquecer o sapo que vira príncipe.
Por esse motivo, talvez, muitas mulheres ainda não perderam a esperança naquele homem estragado, naquele babaca que só sabe esnobá-las e naquele que fica com meia cidade e ainda diz que a ama. Há esperança de que o sapo vire príncipe.
Aquela esperança de um belo dia encontrar seu verdadeiro amor, subir em seu cavalo branco, ser princesa, ser rica, e ser feliz e ainda por cima para sempre só faz com que você provavelmente ache alguém que vai te causar muita dor de cabeça. Porque geralmente é assim, as pessoas não são perfeitas, embora algumas sejam transformadas em referencias perfeitas, há sempre uma nuvem que mascara seus defeitos e que você só pode perceber depois.
Como um sonho, amores surreais sempre acabam, e nem precisa ser tão surreal assim pra que isso aconteça. Não existe o “viveram felizes para sempre”, pode existir o “quase viveram...”. Mas interrupções são reais, como em uma novela: Tudo está a mil maravilhas, e de repente algo aparece e separa o feliz casal. Mas diferente da novela, que no final termina muito feliz, com o casal que se ama voltando e tudo sendo resolvido. Na vida real o desfecho é diferente, geralmente essas coisas acontecem porque para um o relacionamento pode estar mil maravilhas, mas já para o outro a coisa está se tornando insustentável. Ou muitas vezes, na gravidade dos acontecimentos decorridos a razão deva falar mais alto. E um sempre segue a vida, e o outro fica pra trás... remoendo esperanças.
Os finais nem sempre são totalmente felizes. E no meio disso tudo as vezes não aprendemos a ler os sinais…
Como distinguir os que querem e os que não nos querem?
 Os que vão ficar e os que vão partir?
Os que falam a verdade e os que mentem?
E talvez este final não inclua um cara maravilhoso, uma garota maravilhosa e muito menos o(a) tal que você está apaixonada(o), talvez, dependa de você, talvez esteja por sua conta, juntando os pedaços e recomeçando. Se libertando para achar algo melhor no futuro. Talvez o final feliz seja… Só seguir em frente.

Ou talvez o final seja este, saber que apesar das ligações não retornadas e todas as mágoas, apesar de todos os erros e sinais mal interpretados, apesar de toda dor e constrangimento, você nunca, nunca perdeu a esperança.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Taca-le pau, Tati Bernardi!

"Tanta coisa acontece com a gente. Tanta gente passa pela gente, mas tão pouca gente realmente fica. E eu sei que, talvez, eu tivesse que ficar triste. Talvez eu tivesse que continuar secando lágrimas, abraçando o vento e rindo no vácuo, mas o fato é que eu não consigo. Eu não consigo mais ser triste só para mostrar que um dia eu fui - ou achei que tivesse sido - feliz. Aprendi com os meus próprios erros que sofrer não torna mais poético, chorar não deixa mais aliviado e implorar não traz ninguém de volta. Aprendi também que por mais que você queira muito alguém, ninguém vale tanto a pena a ponto de você deixar de se querer. Eu que gritei para tantas pessoas ficarem, hoje só quero mesmo é que elas sumam de uma vez por todas. E em silêncio, que é pra ninguém ter porque se lamentar.”

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Quando me perco, meu amor, eu te procuro.
Sigo teus rastros, sei onde vives, quando dormes e o que sonhas.
Saber o que precisas sufoca meu coração com o dever de te proteger em oração.
Não tenho cristo, terço, nem religião. Mas fecho os olhos e peço "energia, seja lá o que você for cuide bem desse que chamo de 'meu amor'."
Mas vá encher essa sua alma de álcool, mulheres e falsos amigos. Depois disfarce com perfume o quanto cheiras mal.
Você é imune a todo e qualquer manual.
De que te adiantou ler tantos livros se o amor pertence aos gritos?
Eu não quero ter calma, paciência, nem controle. Me sequestra e me enlouquece, ou deixa que a orquestra toque esse corpo que padece.
Coloque um som e suporte, a vida é uma cicatriz a cada dez cortes.
Se é pra viver em paz, meu bonito...então eu vivo sozinha.
Amor é colocar pimenta no feijão com farinha!

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Trechos de Martha Medeiros combinados com meu gosto.

Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Se você gritar comigo, já vou avisando que tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, mas não nos meus cabelos ou só um pouquinho(até que eu reclame). Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Não seja careta, pois gosto de queimar um quando estou ansiosa ou nervosa. Me surpreenda levando-me a lugares distantes e diferentes, me mostre o que você gosta. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sozinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. ( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos orgulhoso! Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, me empreste depois(talvez). Goste de assistir séries comigo e não me deixe sempre escolher os filmes. Goste de beber e de ir a uma festa de vez em quando. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida. Não seja escravo da televisão, nem do computador. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes. 
 Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo com luz ligada. Goste de futebol. Não invente de querer filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua família... isso a gente vê depois ... se calhar ... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos e nem seus fracassos ... me faça massagem nas costas. Algumas vezes chegue de surpresa na minha casa. Mas não sempre. Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar!